O governo brasileiro reagiu com firmeza às tarifas adicionais anunciadas por Donald Trump contra o aço e o alumínio brasileiros, mas, nos bastidores, a prioridade continua sendo a diplomacia. A ideia central é insistir na reabertura de negociações com os Estados Unidos para evitar medidas de retaliação mais duras.
O setor metalúrgico é tratado como estratégico por Brasília. Apenas neste ano, o Brasil exportou cerca de US$ 3,5 bilhões em produtos semiacabados de ferro ou aço para os EUA. A interrupção do acordo de cotas sem tarifas, vigente até o mês passado, causou preocupação imediata nas siderúrgicas.
O Instituto Aço Brasil defende o retorno ao modelo anterior e argumenta que o país tem bases fortes para isso: o tipo de produto exportado e o volume de importações de carvão americano são fatores relevantes. O governo pretende demonstrar sua disposição para retaliar, mas evitará ações precipitadas.
Em discurso nesta quinta-feira (3), o presidente Lula reforçou o tom nacionalista: “O Brasil respeita todos os países, mas exige reciprocidade”. Ele lembrou que a lei da reciprocidade permite ao país responder à altura, seguindo as diretrizes da OMC.
O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin também comentou o tema, reforçando que o objetivo é evitar confronto. Para ele, a nova legislação é importante, mas o Brasil não pretende usá-la imediatamente. “Ninguém ganha numa guerra tarifária”, disse.
A expectativa é que a pressão diplomática continue rendendo frutos.
