O general gaúcho, Valério Stumpf Trindade, apontado como “informante” de Alexandre de Moraes por militares bolsonaristas, foi cotado por Lula para assumir o comando do Exército. Logo após a vitória eleitoral, o petista o colocou como um dos favoritos para a vaga, ao lado do general Tomás Ribeiro Paiva, atual comandante do Exército, segundo informações do Portal Metrópoles.
Ambos eram, no começo de 2023, os mais antigos generais da ativa junto a Julio Cesar de Arruda, que permaneceu à frente da Força por menos de um mês no atual governo. O atual comandante, Ribeiro Paiva, foi escolhido quando, em janeiro, o militar fez um discurso conclamando o Exército a respeitar o resultado da eleição. Três dias depois, Lula o nomeou para o comando da Força.
Já Valério Stumpf passou para a reserva, em abril de 2023, devido ao tempo de serviço. Em mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF), o general é citado como “leva e traz” de Alexandre de Moraes, e alertou o ministro sobre suposta trama golpista costurada nos bastidores para evitar a posse de Lula.
Em 2018, o general Stumpf foi secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, no fim do governo Michel Temer, antes de chefiar o Comando Militar do Sul.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, um interlocutor chamado, Riva, fala que os generais rasgaram um documento assinado por Bolsonaro, no caso, ele estaria “possivelmente se referindo ao Decreto de Golpe de Estado”.
O parecer da PF explica que, “Além de ratificar que o então presidente Jair Bolsonaro tinha elaborado o Decreto, as mensagens encaminhadas pelo contato ‘Riva’ ainda confirmam a adesão do almirante Almir Garnier ao intento golpista”.
A investigação aponta ainda que militares contrários à suposta tentativa de golpe se tornaram alvo de ataques nas redes sociais. O coronel Corrêa Netto havia encaminhado ao também coronel Fabrício Bastos cinco fotografias com nomes de generais da ativa do Exército Brasileiro que se opuseram ao plano, no dia 15 de novembro de 2022. O nome de Stumpf foi citado.
Os três primeiros generais identificados por Corrêa Netto eram os que lideravam os Comandos Militares do Nordeste, do Sul e do Sudeste, entre eles estavam Richard Nunes, Valério Stumpf e Tomás Paiva, atual chefe das Forças Armadas.
“Conforme será demonstrado, os referidos generais foram alvo de vários ataques orquestrados pela organização criminosa pelo fato de terem se posicionado contrários à ruptura institucional”, é citado um trecho do parecer da Polícia Federal.
Os demais nomes expostos pelo grupo foram, o do general André Luís Novaes Miranda, que esteve à frente do Comando Militar do Leste até 19 de novembro de 2023 e recomendou aos militares a não participação nos atos de 7 de Setembro de 2022
O general Guido Amin Naves, que chefiava o Departamento de Ciência e Tecnologia da Força Terrestre também foi citado.
Fonte: A Tarde