Coronel Paraíso, ligado a um deputado federal adversário do ex deputado Uldurico, virou o manda chuva do extremo sul. O coronel tem parentes no judiciário e é muito articulado. Os processos que podem prender o coronel não andam. Os processos de seus desafetos pegam embalo.
O Extremo Sul da Bahia está em ebulição, com uma disputa de poder que envolve figuras influentes da região. O Coronel Paraíso, que recentemente assumiu o controle dos Conjuntos Penais de Teixeira de Freitas e Eunápolis, é apontado como o principal beneficiado nas mudanças de direção dessas unidades. Essas alterações ocorrem em meio a tensões com o ex-deputado Uldurico Pinto, conhecido desafeto do coronel.
As trocas nas direções dos presídios têm gerado debates acalorados. No Conjunto Penal de Eunápolis, a diretora Joneuma Silva Neres, primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia, foi afastada após a fuga de 16 detentos, ocorrida em 12 de dezembro de 2024. Analistas sugerem que o alarde em torno desse incidente pode ter sido amplificado por grupos ligados a administrações anteriores, possivelmente interessados em retomar o controle da unidade.
No Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, a direção destituída havia alcançado avanços significativos, como o aumento no número de detentos estudando e a ausência de rebeliões, fugas ou mortes durante sua gestão. Apesar disso, também houve mudança na liderança, o que levanta questionamentos sobre os reais motivos por trás dessas substituições.
O Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDIREI) tem acompanhado de perto a situação nos presídios da região. O presidente da entidade está encaminhando relatórios à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as condições nos Conjuntos Penais de Eunápolis e Teixeira de Freitas, denunciando casos de mortes atribuídas a articulações de facções criminosas. O IDIREI também aponta que as recentes mudanças nas direções podem estar mais relacionadas a disputas políticas e interesses financeiros do que a melhorias na gestão penitenciária.
A rivalidade entre o Coronel Paraíso e Uldurico Pinto adiciona uma camada de complexidade ao cenário. Com orçamentos vultosos em jogo, as mudanças nas direções dos presídios são vistas por alguns como manobras para consolidar poder e influência na região. Enquanto isso, a população assiste apreensiva ao desenrolar desses acontecimentos, preocupada com a segurança e a estabilidade no Extremo Sul baiano.
Em meio a esse contexto, destaca-se a trajetória de Joneuma Silva Neres, que, aos 33 anos, fez história ao se tornar a primeira mulher a assumir a direção de um presídio masculino na Bahia. Sua nomeação representou um marco significativo para as mulheres no sistema penitenciário baiano.
A situação permanece tensa, e o desenrolar dos fatos nos próximos dias será crucial para determinar os rumos da administração penitenciária e das disputas de poder no Extremo Sul da Bahia.